quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Continuação

depois deste capítulo estar parcialmente fechado (e editado) a aventura segue para

http://estou-ril.blogspot.com/

Até já

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

um ano depois

No passado dia 1, fez 1 ano que fui para a Alemanha. Pesava-me ainda não ter concluído este capítulo mas não escrevi antes por não ter disponibilidade, interior, sobre tudo. Se por isto foi, então grato por assim ter acontecido.
Durante este Verão que agora tem termo, acompanhei muitos actuais emigrantes erasmus. Rever as ansiedades por mim vividas nas suas pessoas tornou-me nostálgico. Não saber o que se vai encontrar pode ser assustador mas vem sempre acompanhado de um sentimento eufórico adolescente, sentir a boa raiva de poder!! Timidamente fui marcando encontros com este blog e relendo alguns posts, relembrando o seu significado intenso ou menos tenso, revisitando cidades e conversas, reimaginando a minha rua, o frio, outro quente.
Já me lembro bem outra vez como era... aulas 3 dias por semana, cozinhar todas as refeições, belissima cerveja, uns franceses impecáveis, uns belgas, brasileiros, espanhois do melhor, um Tuga num sonho. Uma pequena cidade com a praça do castelo, da câmara, do cubo. Uma equipa de rugby rendida ao português, os alemães rendidos ao vinho, o "simpático" hausmeister. Por outro lado não ponho de parte as dificuldades vividas mas também, sem isso não teria sido a mesma coisa. O arranque aos trambulhões com a faculdade, a desventura com o meu braço, a aspereza Alemã...
A viagem de volta soube a doce com um travo amargo: voltei desprevenido para a Lusitânia. O tratamento especial opunha-se à adaptação à rotina e à regressão de alguns costumes. Formatar a cabeça para outra coisa. Foram lutos em conjunto, alegria em projectos, dedicação vã, frustração no conforto, abraços com risos, amarras nos meus punhos.
Se tivesse oportunidade, ficaria aqui um dia inteiro a escrever sobre tudo o que me tem dispertado esta analepse na minha história. Sinto, por dentro, que ainda não foi tudo explorado mas não consigo perceber para quando a derradeira explanação interior. Já pensei mil vezes em acabar este capítulo aqui mas não o vou conseguir. Talvez numa conversa a 2 ou 3, cara-a-cara, a cores, sem me aperceber...
Esta altura ficará intimamente ligado a várias pessoas, espalhadas por todo o Portugal e Alemanha. Foi uma honra partilhar esta aventura com estes, com quem leu e foi dando resposta, com quem leu e não deu sinal. Quem não leu... acho óptimo também e declaro tréguas ao afirmar que estou na disposição de tomar cafés na mesma!!
Acaba assim, de maneira leve e jocosa, uma experiência que significa muito mais que a primeira no mundo da parca poesia. Literatura de fraca qualidade, cheia de poucas coisas mas que vai tendo um significado grande. Acaba de maneira leve num reconhecer da sorte desta vida.

Com a Maria Ana em mente, que nos guarda no céu.
Até Já

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Por Fim

Depois de ter estado as ultimas 3 semanas fechado no meu quarto a trabalhar, a entrega! A "lieferung" ter sido uma semana antes do suposto fez com que o stress na recta final aumentasse sem piedade (uma semana a menos no fim é muito diferente de uma a menos no principio) mas nada que não fosse exequível. Levei tudo para a faculdade: pendurei na parede e expus como me convinha. Faltavam poucos minutos e alguns outros estudantes, solidários com a causa, foram chegando. quando o relógio batia hora certa, 3 vultos ao longe, eram os professores com um ar altivo e confiante.
Comecei a apresentar cheio de gestos e poesia (qual português) o projecto que a mim me apaixonara. a funcionalidade era irrepreensivel, a linguagem suave, o gesto igual. Tinha tudo para dar certo mas correu bem? Acho que não...
Primeira vez na minha vida senti-me descriminado, pela negativa. Mesquinhezas de quem se irrita por de menos, arrogâncias de superioridade e sentimentos de insegurança. Mal acabei o meu discurso, tudo que se tinha consolidado foi atacado. A razão de ser das minhas opções posta em causa e cheguei a ouvir, depois de explicar como se fazia em Portugal um "sim sim, era assim que se construía na Alemanha nos anos 50". A desilusão apoderou-se de mim, por mim e por que me examinava. Não senti o trabalho de um semestre deitado fora mas achei triste a última actuação dos professores, que vagamente me orientaram.
Os meus companheiros na alegria e no sofrimento, no fim, bateram palmas e saudaram-me com efusividade. Estabeleci algumas amizades que, se não forem pelo menos trabalhadas, ficarão na memória como grandes. Este sim, foi um momento de cumplicidade grande! Valeu o dia.

Com a projecto arrumado (mal, diga-se) faltava-me, agora, todo o processo burocratico de despedida. Banco, cauções, check-out, faculdade, arrumações, etc. Não era o que me apetecia para os últimos 3 dias mas a obrigação falou mais alto. foi-se fazendo, a custo.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Projecto

Entrega final na 3ª, dia 24.
Andei o semestre todo a ritmo da minha turma de projecto. Geralmente um pouco atrasado, não fosse eu português e Erasmus. No fundo, mantinha a tradição e era consequente. Passei uma boas férias em casa e quando voltei comecei a fazer contas à vida e a calcular empenhos e intensidades de trabalho. Vou entregar tudo uma semana antes do previsto para poder visitar o sol de vez e isso tem consequências para alguém que andava a velocidade adormecida.
Estas duas semanas que passaram foram dementes. Vários foram os dias que não saí do quarto para ficar concentrado. O programa do dia era ir a caixa de correio ver se tinha algo ou ir as compras (Aviso: comer cereais durante tanto tempo é capaz de não ser mt bom p a saúde. Fiquei doente...). Na minha cabeça só cabia projecto e acabar projecto foi o projecto a que me propus até 6ª (p eventualmente ir queimar os últimos cartuxos a Koln, o que não se veio a verificar). A sorte foi que em geral até gostei do projecto e o que podia ter sido o suplicio, foi só uma dificuldade agravada. Agora está acabado. 3 paineis A0 com os desenhos e o resumo do processo, 1 maquete a escala 1.500 e outra a escala 1.100 (que é das maiores ue ja tnho feito). Está tudo acabado, so falta imprimir. Fica uma fotografia (q n é a melhor) e um painel (q é o mais levezinho).
E em Estugarda o que é que falta? vou indo.
até já

Maravilha da Concorrência

Estugarda é dominada pela indústria. A Mercedes domina esta indústria. A Porsche é concorrente (em grandeza). Resultado: depois do imponente museu da primeira marca (que já é, inevitavelmente, um ponto turístico da cidade) abriu agora o museu da segunda. "Porsche Museum" é dedicado à história dos seu carros, como se impunha e oferece algumas surpresas: sabiam que a Porsche, para alem do óbvio, fez tractores agricolas? A arquitectura do museu suporta muito bem o seu conteúdo: um circuito claro, claramente associado à cronologia da marca; uma grandeza que suporta muito bem a ideologia: um luxo nos materiais e na apreesentação. Dinheiro bem investido no Arquitecto Delugan Meissl e nos 4 anos de estaleiro.
Quem vem de metro, de repente, tropeça no museu. Aparece inesperadamente e absorve tudo que se mova à sua volta: grande, imenso, é um cristal a brilhar no meio de um sítio descuidado e é de certa forma esquisito (fez lembrar a Casa da Música, pela linguagem). A principio parece confuso, um excitamento no desenho mas quando realmente dentro até é simples de apropriar. Bem conseguido. Quanto à exposição não há apresentações a fazer. Um deliciar para os aficionados, uma boa tarde para os adeptos.
Inevitável e supostamente entra-se em comparações com o Museu da Mercedes que a meu ver, apesar de tudo, continua a ganhar (não com uma margem muito confortável, diga-se): mais história, mais arquitectura, mais presença.
Viva a concorrência, venham mais.
até já

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

adeus

Aproxima-se vertiginosamente o dia de voltar. Já fiquei contente com esta velocidade, já fiquei triste com a mesma. Tenho vontade de voltar à "gente da minha terra", aos meus confortos ou aos meus desconfortos de sempre. Tenho vontade de ficar pelo frio, a aperfeiçoar a conversa, a explorar o que ainda falta, o que ainda não conheceu o peso do olhar. Sou uma boa arma e quero estar presente na luta contra a dificuldade, que vai crescendo. Sou ainda uma criança a descobrir o mundo e a ver tudo o que ele pode dar. Não percebo se me apetece voltar ou não.
Continuo a afundar-me num oceano de trabalho. Quase sem terra à vista vou ficando com frio. A saúde tropeça e as forças puxam para baixo, a maré contra e o sol desaparece. As mãos cortadas pedem descanso, a cabeça pede encosto e liberdade.
Daqui a uma semana estou na terra de Camões e o que falta não se afigura fácil. O desejo era despedir-me da cidade, do ambiente. Passar pelos sítios uma última vez sabendo que é a última vez que os vejo, cumprimenta-los e agradecer o acolhimento. Não sei se vou conseguir dar este derradeiro abraço, pesa-me sair desta casa sem dar os parabéns ao dono. As últimas imagens de Estugarda vão ser nebulosas. Aquelas que gravei não como papel queimado na retina mas como apenas rotina. As memórias são boas mas o "adeus" indigno.
até já

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

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até já