sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Consequência

Na obra Os Maias, Maria Eduarda acusa o Carlos da Maia de não ser consequente: "se unisse aquilo que sente àquilo que faz já me teria beijado.".
Quando li esta obra do Eça, tal passagem ficou-me na memória. Ser uma pessoa consequente, unir, até que mais não seja possível, as minhas convicções e ideais às minhas acções. Ser coerente na vida. Não é certamente de agora este pensamento mas talvez agora seja, de facto, a maior prova nesta meta quotidiana. Passaram quase 3 meses de desafios superados ou falhados, de expectativas preenchidas ou defraudadas. Estabeleci metas a alcançar e agora reparo na falta de humildade que tive, tanto para cima como para baixo, em algumas: ambição a mais ou a menos. Aquando disto tudo, muito mudava no Mundo- EUA, Bombaim- e noutra escala, se calhar mais próxima, em Portugal- o banco, a desonestidade e pequenez. É-me difícil perceber a falta de estima que existe pelas pessoas. Fico desiludido com este cenário, fico com aquele sentimento verde de querer mudar o mundo, fico desiludido por ser só um e por ter consciência dos meus limites. Podia-me empatar e desiludir a mim próprio mas em vez disso... Sou consequente e se nenhuma outra motivação pessoal existir para isto que seja então por patriotismo, para fazer evoluir os meus iguais. Tenho consciência dos meus limites mas em vez de encarar como uma fraqueza, encaro como uma fortaleza: eu tenho alcance! e que melhor educação que o exemplo?
É sabido que, apesar de tudo, sou português de gema. Quero produzir em Portugal (sem ser aqui teimoso) porque confio em mim e na minha coerência, em mim e no meu trabalho, em mim e no meu exemplo. Sei que vai ser bom, que vamos evoluir e vou ser também responsável por isso. É assim que eu vou mudar o mundo.
ate já

1 comentário:

Jo disse...

Não podemos fazer tudo.
E como é profundamente libertador perceber isso!
Porque perceber que não podemos fazer tudo permite-nos fazer apenas um quase nada, um “algo” pequeno, mas fazê-lo bem.
Um “algo” que é pouco e pequeno, mas possível.
Um gesto incompleto que é um começo, um passo ao longo do caminho e, sobretudo, uma oportunidade para deixar o Espírito Santo fazer o resto.
É essa a diferença entre o arquitecto e o construtor.
Nós somos os construtores, não os arquitectos.
Nós somos ministros, mas não o Messias.
Nós somos apenas profetas de um mundo que não nos pertence.

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