segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Globalização

Viva a globalização. Estou na Alemanha e, num instante, sei tudo o que se passa em Portugal ou na América, por exemplo. Estou na Alemanha e, em poucas horas e por uma fortuna relativamente pequena, ponho-me em qualquer ponto. É certamente uma das maravilhas do novo mundo a velocidade de deslocação de bens, de cultura, de pessoas: chega ser fascinante a sensação de fazer parte desta evolução, de sentir que não se está a deixar ficar nada para trás e que se é um Cidadão, qualquer dia mais que do mundo, do Universo. É, sem dúvida, preenchente. Ninguém questiona o valor deste conceito que nasceu há muito mas vamos acabar todos iguais? Ainda bem que na Europa já há a moeda única, ainda bem que no mundo já existe a língua inglesa mas para onde vamos? Ao deambular por Estugarda, hoje em dia, tropeço mais em Kebaap's e Chinessices que em lojas de Brezel ou Salsichas; ficar só com boas recordações da história é capaz de ser de menos.

Sempre cresci a viver intensamente o espírito do Natal. No início de Dezembro a emoção de montar o presépio e de esperar o St. Nikolaus. Pelo mês a dentro, dia a dia, abrir o Adventskalender e preparar os Spekulatius. Mais em cima da hora, ver a arvore de natal ganhar brilho e cor e por fim, culminar com o festejo e com a Missa do Galo. Certamente que faltam uns passos pelo meio mas certamente tambem, nesta breve descrição, usei mais termos específicos em alemão que noutra língua. A parte germânica da minha familia sempre dedicou algo mais a esta festa, um empenho extra. Na realidade, não sabia a razão mas, no meu imaginario, Natal sempre teve Alemanha à mistura. Não sabia, agora já sei..

Falta mais de um mês para a celebração dos anos de Jesus e em todo o mundo as luzes e os enfeites tradicionais ja devem estar montados, as feiras especiais, os requintes de sempre.. mas aqui, no frio, onde estou, tudo muda. O centro da cidade está irreconhecível, a amplitude característica deu lugar à azafama de passar entre mais barracas e mais efeites típicos. o descanso que era olhar para um espaço continuo foi substituído pelo divertimento que é ver as pessoas chocarem entre si. E nisto já nem referencío que o primeiro posto de lazer da época foi montado ha um mês. Pelo que vi, a tradição mantém-se: uma cultura que não aposta no Pai Natal mantendo-se fiel aos ensinamentos dos seus avós, uma "cultura característica" da terra!
já percebi o fundamento do meu imaginário, vem das raízes, das existentes raízes!

Viva a globalização mas que não se perca o traço típico.
até já, o redondo..

2 comentários:

Nuno Alvim disse...

Gostei muito, especialmente do Natal. Para mim começou neste post.

PAF disse...

"Vielen Dank für diesen Post"

Abraço