terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um navio navega tranquilamente. Está na direcção certa, como habitual. Cai o nevoeiro. O capitão não vê para alem da primeira légua e mesmo isso em dificuldade. O que faz? Mantém a rota pois sabe que por ali chegará a bom porto. Crise? Mantenho a minha rota, sabendo que um dia dela sairei.
Eu já caí. Crises de fé porque tudo o que serve de pilar me foi destruído, porque raivosamente me senti injustiçado (e cheio de razão) ou porque me senti impotente, sem esperança. Não faltam razões para entrar em crise. Não falta desmotivação, quando numa, para não querer sair: a desolação é evidente, a apatia ganha terreno, acabamos indiferentes, vazios. Cruzar os braços?
A imagem que tenho é a de uma aranha, que constrói a sua teia para poder viver. Sustenta-se a partir dela, existe nela. Destroem-lhe a teia e ela desiste de viver? Não. Se for preciso produziria teias até ao fim dos dias, mesmo sabendo que desapareceriam. A aranha sabe qual o seu caminho, sabe do que precisa para se manter saudável e não hesita, mesmo quando tudo diz contrário. Por outro lado, quem faz a teia é a própria aranha. É ela que, com as suas capacidades mágicas produz aquele material que, numa escala, é o material mais resistente que se conhece e, noutra escala, é tão frágil..
A minha fé é como uma teia. É o que me faz "viver", é frágil (susceptível a uma rajada de vento) e infinitamente forte, é trabalhada por mim (mesmo sabendo que, eventualmente, vai ser destruída) e eu sou a aranha, teimosa no seu caminho, pois está/estou certo!

Ninguem disse que é fácil ou justo.
para quem de direito.
até já Alvim.

1 comentário:

francisco disse...

Mike,
gostei imenso de ler esta tua reflexão.
Na verdade, penso que é uma questão comum à maioria das pessoas crentes. Mas identifico-me também muito com essa tua imagem, da aranha e da teia.
Obrigado.
Abraço e até já!